O conto da Salamanca do Jarau, a Teiniaguá, do regionalista João
Simões Lopes Neto, não é sobre a narrativa folclórica em si tão
somente, com o objetivo de apenas recitar acontecimentos oralmente
conservados pela tradição, mas uma reimaginação de continuidade
por meio de um novo integrante, um herói mateiro, gaúcho, o
vaqueano Blau Nunes, que inserido ativamente na trama não está aqui
só para recontar o evento mítico tim-tim por tim-tim, mas,
tomando-o como verdade pelo fantasma participante daqueles fatos e que termina de revelá-los, para destruí-lo e sua maldição mediante o
seu caráter de um homem humilde, libertando os cativos pelo amor
proibido entre os personagens do folclore, o Sacristão e a princesa
moura, que é trazida à
região da gente dos pampas da cidade de Salamanca, na Espanha, e
transformada em lagartixa encantada por uma das entidades do panteão
indígena tupi-guarani, Anhangá-Pitã, para a desgraça dos
aventureiros colonos ambicionados por tesouros.