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Eu sou mais louco que todos vocês

Em algum lugar de 2022 acontecia algo histórico. Antes de proferir icônica frase, Bruno Aiub, o Monark, dizia brevemente que a extrema-esquerda tem mais palanque do que a extrema-direita, mais, vamos dizer, holofote, — não nesses termos, evidente; mas nessa interpretação pois sim. Partindo do pressuposto de que o nazismo (nacional socialismo) é de extrema-direita, nosso meninão metade libanês e portanto metade semita — e segundo ele, metade italiano —, é no mínimo coerente, coerente pois o comunismo, partindo do pressuposto de que é a extrema-esquerda, — pressuposto considerado por Monark —, tem um partido permitido por lei, cuja atividade e intento revolucionário a despeito dos seus meios é praticado diariamente sem sequer uma repressão ostensiva por parte de populares, que embora defendam o repreendimento legal da expressão ideal nazista, são isentos quanto a exercer o mesmo princípio em relação ao que é igualmente ruim senão pior, com o comunismo que, assim como o nazismo, machuca a natureza humana. Desconsiderando mais intenções pessoais minhas, tal foi o discurso de Monark: liberdade de expressão de ideais possivelmente partidárias, e de quebra revelando a hipocrisia de muitos quanto à defesa de uma suposta liberdade de expressão enquanto se aceita premissas abertamente dissonantes como as comunistas de vertente marxista; coerente e justo, equilibrado, é como se alegoricamente houvessem ratos e, não bastando, como houvessem naturalmente vivido só do lado de fora, fossem permitidos alguns dos quais, legalmente, habitar residências de terceiros, sem a possibilidade de fechar portas, janelas e buracos por parte do civil agraciado, — uma harmonia sem proporção. Não que eu esteja de acordo em permitir ratos em meu ambiente, mas, ora, se aquele que é guarnecido de direitos e deveres me impôs que eu aceite alguns ratos e os ouça guinchar enquanto caminham no meu carpete, então, se é justiça e portanto equilíbrio o nome disso, que venham todos e digam através daquelas patinhas curtas e lépidas a que vieram, pois aí ao menos não tardarei para os ter sob o cauto do veneno sabendo o seu objetivo primário, livrando-me tanto de um quanto do outro através dum ardil 'queijo fedorento', e enfim de todos.

Monark tinha razão.

Ora, um diferencia os seres humanos em virtude de suas pressupostas raças e conclui que o mais apto ao intento revolucionário é a tal “raça ariana”, os verdadeiros operários, — não é à toa que se chama por extenso ‘nacional socialismo’ o próprio nazismo. E quanto ao outro com um objetivo mais universal livrar-se-á de todo e qualquer pobre coitado que minimamente relute em se deixar controlar, ou, considerando-o mais, represente problemas à revolução pela desobediência de um ser humano como qualquer outro a quaisquer sentimentos de inferioridade, e ponha-se obrigado como cachorro... quer dizer, camarada..., camarada duma elite revolucionária que jamais abdicará do poder porque de poder não se larga, se toma — como outrora tiveram de o fazer; se ninguém nunca foi capaz de erigir uma democracia através da própria democracia, então imagine quanto ao socialismo/comunismo —, e lá se vai a utopia; ou então se livrar desse tipinho como do lumpemproletariado, na melhor mandar a campos de concentração aos que venham valer as suas miseráveis vidas e indignas de, "num átimo", serem virtuosas, sobretudo se acaso jovem e portanto disposto ao trabalho pouco voluntário e amistoso. Agora, algo que a mídia não faz questão de ressaltar nenhum pouco já que na maioria das vezes não conhece o assunto a fundo: ambos são iguais... ambos iguais na medida em que socialistas. Socialismo é gênero comum no assunto (princípio; gênese; chame como quiser), peculiares quanto aos seus meios, mas quando o tópico é o fim ambos são, como diria Platão, "um e não dois", e "dois e um", não mudam um centímetro de maloqueiragem; podemos dizer em outros termos, não são iguais em número mas em grau, são iguais em grau mas não em número, e que portanto brigam, pois ambos têm resultados práticos iguais e diferentes a um problema mútuo que só existe na cabeça dos dous lunáticos.

Monark tinha razão... com ressalvas igualmente racionais, penso eu, — racionalmente.

Ambos condenáveis sob sã opinião de maioria, de boicote e represália quase certos, mas permissíveis sob o prisma de que apenas digam ser de tal e qual modo (essencialmente é o que é um partido político numa democracia; idealizado sem poder de ação, preliminarmente diz a que vem ao povo e por quê, depois caso o povo decida ganha então poder de ação), sob o prisma da “liberdade de expressão”. Aí que entra em ação a maioria e decide por tal e qual coisa — ou não. Sob esta liberdade de expressão —, de exprimir antes satisfação ou abjeção , que é a que vigora nos EUA e é essencialmente defendida por Aiub, ao menos poderíamos saber o que desdenhar e o que não, do que gostar e do que não, segundo o critério de “ouvir mais e falar menos”; não é, leitor? Isso pressupõe uma maioria sã, sã para que absurdidades não sejam defendidas com unhas e dentes — indo além da livre expressão; liberdade de se exprimir e também de ouvir —, mas essa sanidade é complicada; sanidade e sensatez são complicadas sobretudo em abstrações do tipo, tanto quanto a uma “harmonia sem proporção” é intrínseco e necessário, em que, deixando as abstrações ideias de lado, é composta de um bando de pessoas com tantas e tantas infindáveis motivações e motivos, alguns mais sórdidos do que outros e, por outro lado, menores na quantidade comparativa. Em alguns lugares são as minorias ensandecidas e insensatas que governam o país, acham pois que assim o fazem, nada mais são do que capital político a outrem mais esperto, esperto o bastante para terceirizar e portanto agir escondido atrás de numeráveis mulas de terno, um entre os quais é o predileto —, este governa e desgoverna; cá outro assunto.

Só enfatizo uma coisa e voltando ao que interessa: cuidado; caso não se possa dizer que gosta daquilo e odeia aquilo, ou odeia aquilo e gosta daquilo, mormente quando um dos quais é permitido e defendido por lei e outro não, um dos lados ganhou a guerra, ou o nacional socialismo ganhou ou o comunismo, no mínimo tomaram controle da máquina pública e planejarão, pouco a pouco, o que fazer, evidentemente mais planejamento e controle social pois isto está suficientemente no sangue alheio forçosamente controlado tanto quanto necessariamente nas mãos dos camaradas que o controlam. Vai lá uma pergunta: quando se tem o controle da máquina, para que serve a baderna incauta? Mas não se apague, a depender do humor dialético do avermelhado a pergunta e a resposta mudarão, ou então a resposta muda e a pergunta não, ou então a pergunta muda e a resposta não, inclusive ambos podem mudar ainda que não.