Como não tenho muito a dizer antes deste meu relativamente importante evento que me ocorrerá amanhã logo às dez horas da manhã, e não querendo pois referir propriamente disto sem que antes me tenha passado o prelúdio e acabado seu epilogo, resolvo enveredar pelo caminho do ócio e despretensiosidades.
Vejamos; falemos das cadeiras e em dedicação tête-à-tête às cadeiras.
Objeto de extrema utilidade sem o qual me estaria a sentar como fazem os muçulmanos e os povos remanescentes cuja cadeira ainda não foi adotada como meio de assento universal e comum. Penso ainda nos japoneses embora estes já vão desacostumados do hábito. Existem ainda outros. Já sentar-se como estamos habituados nós aqui do ocidente (coisa em maior parte ocidental cujo real significado aqui está aquém do mero sentido regional de pertencer a oeste do mundo, ou melhor, não só), é muito melhor.
Não que seja ruim se
sentar como os muçulmanos, por exemplo; já o testei e achei pouco confortável
apesar de dizerem reiteradamente o contrário, tendo ainda para eles um
significado espiritual tal como para mim e a eles tem igual valor policiar a
boca em busca da temperança ao comer. Ao que sentar-se no chão ajuda; e é um
jeito pio e humilde de ajudar. Bastante ascético.
Mas é que depois de um
dia extenso de trabalho, sobretudo àquele quem trabalha em pé —, comer enquanto
que se estira as pernas tanto quanto o torso, segurando o talher como se fosse
uma pá ao passo que se atraca a boca e queixo ao porto chamado ‘prato’ (excetuada
a possibilidade de estarmos assistindo a algum programa ou não), é bastante
significativo conquanto pouco amistoso à virtude e às boas maneiras à mesa.
Além da utilidade óbvia, em cuja essência mesma reside, pode muito bem nos servir como outras alternativas; por exemplo, armas. Posso me defender de uma agressão usando cadeiras, o que é melhor do que ter as mãos livres. E eia!; salvar-se-ia aquele chinês que perdeu a mão ao passo que realizava uma live stream, vítima de outro chinês menos chinês com uma espada samurai. Nada patriótico da parte dele; poderia ter usado um facão chinês apesar de que o corte não se teria feito tão limpo, suspeito. Além disso, servem a quem pratica musculação como opção de apoio a inúmeros exercícios. E a espádua... São elementos fundamentais os encostos cuja existência mesma me fazem preferir as cadeiras aos bancos, seus irmãos mais velhos de fabricação.