O que é que escrevo afinal?
Estou numa crise de criação sem
dimensão; bloqueio criativo que dizem. Por exemplo, horas e mais horas
pensando, ruminando, o que registrar neste papel, dizer o que sinto com a
exatidão da técnica, instando primeiro por passar ao computador do que de fato
me atentar a escrever, aqui e agora, caneta a punho. Estou, mentalmente,
invertendo e pulando etapas previamente estabelecidas, segundo o meu costume, a
terminar depressa, como se não quisesse escrever. Sem vontade.
Estou perdendo o vigor, e a
tibieza tomando o espaço. Não só no âmbito da escrita. Antes porém de vir aqui
sem algum regímen sanatório de caso pensado, achei solução de fazer justamente
o que faço, escrever. Cansei de buscar por aquela remota e recôndita
iluminação, que parece cair do céu; volúvel por definição e inconfiável.
Este blog tem me ajudado
nisto; é um alento poder escrever sem vontade, mesmo que não seja algo muito
elaborado, porque é o que faz o escritor.
Daqui em diante vou escrever, escrever; qualquer coisa; todos os dias. Mesmo que o assunto e a eloquência estejam longes, vou buscá-los como que a sabedoria busca o filósofo. Mesmo que o assunto esteja repleto de banalidades, a técnica falhe, preciso escrever; nem que os resultados passem da publicidade a serem engavetados, num dos blocos de armazenamento de um hard disk local.
Este verá o do Google além de somente o meu.